Concerto da Orquestra de Cordas da Ilha.

A Orquestra de Cordas da Ilha, Direção do violonista e compositor Marcos Pablo Dalmacio, subirá ao palco com 
grande Músico, o Flautista Argentino Cristian Faig.

Com apresentações por todo Estado de Santa Catarina, a Orquestra de Cordas da Ilha foi criada 2005, a partir de 
um projeto idealizado por Paulo Mattos, com o objetivo de contribuir com a educação musical e incentivar o estudo 
da música erudita e formação de novas plateias. Um dos diferencias da Orquestra é o seu repertório, que procura 
sempre oferecer ao público obras inéditas e concertos com explicações didáticas.

Luzes e sombras…

Este programa está divido em duas partes altamente contrastantes, a primeira consta de obras breves, intensas e profundas de compositores pós-românticos da segunda metade do século XIX e começos do século XX; a segunda, de um magnífico concerto para flauta escrito pelo segundo filho de Johann Sebastian Bach,também um músico genial: Carl Philipp Emanuel Bach.

As peças de Saint-Saëns, Grieg e Elgar, tratam o assunto da morte, mas desde diferentes   perspectivas. A obra do compositor francês é um prelúdio a um oratório para solistas coro e orquestra chamado ‘o dilúvio’, que conta esta história bíblica.Este prelúdio está orquestrado apenas para cordas, e contém diversos momentos,destacando o solo de violino de grande beleza que encerra a peça. Portanto,esta obra trata de um drama mortal antes dele acontecer, mas com um final que transcende a tragédia. A peça ‘A morte de Aase’ de Grieg forma parte da suíte Peer Gynt que o compositor norueguês escrevera como música incidental para a obra de teatro homônima de Ibsen. Morre Aase, a mãe do protagonista, enquanto seu filho lhe conta uma história fantástica para tornar sua passagem ao outro mundo mais amena. É um momento como este que demonstra o inesgotável poder da música para tratar um tema tão doloroso através da beleza, tornando possível a compreensão. Grieg foi um melodista inspirado, e soube como realçar suas belas melodias com uma harmonia original e formosa. As melodias elegíacas provêm de uma coleção de canções, e o próprio compositor lhes deu nova vida com sua orquestração para cordas, já sem palavras, apenas a música. Os títulos são sugestivos, a dor perceptível em ‘Feridas do coração’ e a enorme carga de melancolia doce em ‘A última primavera’. Tudo floresce, as visões, os perfumes, os sentidos encantados; mas como é a percepção deste momento, sentindo que é a última vez?

A breve elegia de Elgar é uma meditação sobre a morte, uma recordação da vida, um reconhecimento a seus caminhos e uma aceitação serena da despedida final, comum aceno nobre e digno… Quanta profundidade encerram seus poucos compassos,que parecem buscar uma luz entre no caminho incerto, luz que que é conquista da finalmente, sem violência, apenas com poesia…

O concerto para flauta de C.P.E Bach, foi escrito em 1755, um ano antes de Mozart nascer.Era uma obra para teclado, precisamente para órgão, mas logo o próprio compositor realizou a magnífica versão para flauta, aportando assim uma obra prima ao repertório. Composição de radiante energia, repleta de ideias frescas e originais, que não exclui o momento de introvertida beleza melancólica, tão cara a seu autor, no instigante e profundo segundo movimento. O final é um justo balanço que traz leveza depois da intensidade do movimento lento; a construção é sempre engenhosa, repleta de ideias cheias de verve e de garbo.Perfeito final para uma obra genial…

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