Alberto Nepomuceno

Considerado um dos principais compositores nacionalistas, defendia o uso da língua portuguesa na música clássica. Afirmava que “não tem pátria um povo que não canta em sua língua”.

Alberto Nepomuceno (Fortaleza, 6 de julho de 1864 — Rio de Janeiro, 16 de outubro de 1920)
Foi um compositor, pianista, organista e regente brasileiro. Considerado o “pai” do nacionalismo na música erudita brasileira, deixou inacabada a ópera O Garatuja baseada na obra de mesmo nome de José de Alencar. Escreveu duas óperas completas, Artemis e Abul, ambas sem temática nacionalista. Pesquisas recentes mostram que Nepomuceno compôs obras de caráter modernista, chegando a experimentar com a politonalidade nas Variações para piano, opus 29.

1872

O pai decide mudar-se com a família para Recife, onde o jovem Alberto teria maiores chances de se aperfeiçoar nos estudos de música.

1882

Assume, aos dezoito anos, a direção dos concertos do Clube Calor Gomes de Recife. Atua também como violonista na estreia da ópera Leonor, de Euclides Fonseca, no Teatro Santa Isabel. 

1884

Durante sua juventude, mantem amizade com alunos e mestres da Faculdade de Direito do Recife, como Tobias Barreto, Alfredo Pinto, Clóvis Bevilácqua e Farias Brito. 

1887

Um ano antes da abolição da escravatura, escreve a Dança de Negros, uma das primeiras composições com motivos afro-brasileiros, posteriormente incorporada à Serie Brasileira como Batuque. A estreia da obra ocorreu em 25/04/1888 em Fortaleza.

 

1888

Sem ajuda do governo brasileiro para a viagem à Europa, pare em turnê pelo Nordeste para angariar fundos. Em agosto, deixa o país para estudar em Roma, em companhia de Rodolfo e Henrique Berndardelli, que o ajudam na empreitada. 

1890

Escreve em Roma os dois primeiros quartetos de cordas, que não chegou a ouvir em vida.




1894

É nomeado professor do Instituto Nacional de Música. Antes de retornar ao país, passa por Paris onde assiste à estreia mundial de Prélude à l’après-midi d’un’faune, de Debussy, obra que posteriormente revelaria ao Brasil. Escreve A GalhofeiraI, com tirmos típicos de música urbana, de inspiração nacionalista.

1895

De volta ao Brasil, apresenta uma série de canções autorais em concerto do Instituto Nacional de Música, todas com texto em português. Esse fato marca o inicio da árdua campanha pelo uso do português na música clássica. A esse espeito, sustenta violenta polêmica com o mais famoso crítico da época – Oscar Guanabarino – defensor do canto no idioma italiano.

1896

A luta pela nacionalização da música clássica ampla-se com o inicio de suas atividades na Associação de Concertos Populares, que dirigiu por dez anos.

1897

Apresenta, em 1° audição no Brasil, suas principais obras sinfônicas: Sinfonia em sol menor; Epitalâmio, em versão para canto e orquestra, Suite antiga, composta de quatro partes: Alvorada na Serra, Intermédio, A esta na rede BatuqueEsta última escandalizou a crítica da época por empregar o reco-reco, instrumento folclórico numa orquestra sinfônica.

1903

Lançamento da coletânea de doze canções em português, editada pela Vieira Machado & Moreira de Sá.

1906

Inicia a reforma do Hino Nacional, tanto na forma de execução quanto no texto, que passa a ter autoria de Osório Duque Estrada. Apesar de concurso para uma nova melodia, manteve-se a original de Francisco Manoel da Silva.

1908

Responsável pelo 26 concertos da Exposição Nacional, Nepomuceno procura enfatizar, ao lado dos compositores brasileiros, a nova litaratura musical estrangeira. São apresentadas obras de compositores franceses e alemães, entre outros. Destacando o nacionalismo russo, dos 6 compositores executados,4 estavam engajados à ideologia nacionalista: Glinka, Borodin, Rimsky-Korsakov e Glazunov.

Neste mesmo ano, promove o Instituto Nacional de Música de que era diretor, um recital de compositor Catulo da Paixão Cearense, bem recebido pela crítica e pelo público. O concerto marca a estreia do violão como solista na instituição. Neste ano ainda é o escolhido para dirigir 26 concertos da Exposição Nacional, comemorativos dos 100 anos da abertura dos portos.

Aos 56 anos com dificuldades financeiras, ele morreu doente e enfraquecido.

 

Fontes: https://seuhistory.com       http://musicabrasilis.org.br/compositores

Share this…
Share on Facebook

Facebook

Comentários no Facebook