Ciclo de Concerto em Harmonia – Comentários Concerto II

Quem ouviu Luan Cavalleri cantar há alguns anos pode notar que seu repertório era de barítono e eventualmente cantava no naipe dos baixos nos corais em que participava!

Neste recital, no entanto exibe o brilho característico do registro de tenor. E tal se deve à perspicácia de seu professor, Douglas Hann, que soube reconhecer o real registro de sua voz e com quem tem estudado regularmente e com grande empenho!

Isso mostra em que medida, no canto lírico, é importante a parceria entre o cantor e seu professor. Me lembro de ouvir comentar, ainda quando criança, que Jussi Björling, em dado momento da vida se retirou para uma ilha com seu professor a fim de passar um tempo em retiro de estudos intensivos de canto (*).

Porque no belcanto as potencialidades são exploradas ao limite. E para isso por melhor que seja o cantor, sempre se fará necessária a figura do mestre parceiro, com o ouvido treinado capaz de perceber as nuances de som indicativas dos limites e potencialidades em cada mínimo detalhe do canto.

E nesta noite tivemos o deleite de apreciar, em um repertório mais voltado para as sutilezas que para grandiosidades, interpretações ricas em dinâmica e agógica, trazendo uma poética colorida e tridimensional.

A simbiose entre canto e piano, transparecendo a cumplicidade e as horas de estudo conjunto dos dois amigos, fizeram desta noite um acontecimento memorável!

Daniel Paranhos
Camboriú, 17 de fevereiro de 2022.

Repleto de belas melodias antigas, o concerto do Luan e do Damián foi emocionante. A evolução nítida na técnica de canto e a decisão de cantar todas as músicas de cor, foram impressionantes. Bravo!

Letícia Liberato
Camboriú, 17 de Fevereiro de 2022.

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